terça-feira, 29 de março de 2011

2010 - Wanderson Lopez - Poemas Brasileiros


Deveria usar este espaço para listar os méritos artísticos deste disco. Mencionar o bom gosto das composições, as melodias envolventes, as participações bem encaixadas, o talento do violonista, o cuidado com detalhes da produção, o carinho estampado nas páginas do encarte etc... mas não é disso que quero falar. Ouço o disco e tento encontrar o que há por trás das composições. O desejo de expor sentimentos com instrumentos e notas músicais. Tenho a impressão de escutar algo mais por trás de palavras usadas nos títulos das faixas. "Saudade", "casa", "abrigo", "sonho", "memória", "quando", "mães", "encontra", remetem a resquícios afetivos parecidos com os meus e acabo por tentar traduzir a busca do artista amigo. Em meio à solidão que insiste em habitar-me, criei este humilde blog. Assim como Drummond, preciso de todos, por isso me exponho cruamente na blogosfera. Wanderson Lopez fez este disco e encontrou Abrigo nos ouvidos de seus fans. Fico com a impressão de que o trabalho do artista é traduzir em palavras, sentimentos, cores, timbres, acordes ou seja lá o que for, a inquietação que pulsa dentro dele e a partir daí, dissipar a solidão existente dentro de nós.


01 - Poema
02 - Brasileiro
03 - Saudade a tróis
04 - Abrigo 1
05 - Abrigo 2
06 - Casa de Baden
07 - Jongo
08 - O sonho do menino
09 - Memórias de outono
10 - Trem
11 - Quando o rio encontra o mar
12 - Canção para as mães
13 - Poema (fantasia para 4 violões)

segunda-feira, 28 de março de 2011

1991 - Paulo Moura e Ociladocê Interpretam Dorival Caymmi


Por acaso, no carnaval deste ano, conheci a pérola que lhes apresento. Paulo Moura e banda Ociladocê esbanjam categoria neste disco. Encontrei o vinil largado num canto, sujo e empoeirado. Quando li os nomes envolvidos no projeto, não tive dúvidas e lavei o vinil para conhecer o trabalho. Como já esperava, o trabalho não desapontou. Releituras inspiradíssimas das músicas de Dorival Caymmi.
Os arranjos (assinados por Paulo Moura) sustentam a leveza e doçura das composições. A escalação do time é a seguinte: Paulo Moura (sax alto, tenor e clarinete); e banda Ociladocê, que é formada por Alex Meirelles (teclados e piano); Paulo Muylaert (guitarras); Ricardo Feijão (baixo); Marcos Suzano (pandeiro e percussão); Carlos Negreiros (vocal, atabaques e teclados) e Joviniano (percussão). Falar que o repertório foi muito bem escolhido seja talvez redundância, pois as composições de Caymmi têm sempre traços marcantes de simplicidade e beleza. Mas que a seleção das faixas está muito bem feita, ah... isso está!

01 - Noite De Temporal
02 - Só Louco
03 - Doralice
04 - Marina
05 - Acalanto
06 - O Mar
07 - Dora
08 - Mãe Menininha
09 - Sargaço Mar-Promessa De Pescadores
10 - Suite De Pescadores
11 - Suite De Pescadores II

sexta-feira, 25 de março de 2011

2008 - Macaco Bong - Artista Igual a Pedreiro


Confesso que não consegui ouvir o disco inteiro de uma vez só. Tenho dificuldade em assimilar rock'n'roll instrumental, talvez a "simplicidade" roqueira dos arranjos peçam boas letras como complemento. Somado a isso, achei os riffs muito pesados, títulos das faixas e capa do disco excessivamente agressivos. (caretão eu, né?)
De qualquer forma, os caras tocarão hoje em Vitória e faço questão de assistir ao show. Quem sabe eles não empolgam a platéia? Torço por isso!

01 - Amendoim
02 - Fuck You Lady
03 - Noise James
04 - Shift
05 - Black´s Fuck
06 - Rancho
07 - Bananas For You All
08 - Belezza
09 - Compasso em Ferrovia
10 - Vamos Dar Mais Uma

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quarta-feira, 23 de março de 2011

Por Um Passado Musicável: Notícias Numa Fita


Nos dias 23 e 24 de março, no Teatro Café Pequeno, Luiz Gabriel (vocalista do Graveola e o Lixo Polifônico - banda que sou fã demais!) e os compositores César Lacerda e Luiza Brina, farão o show "Por Um Passado Musicável".
A entrada custará R$ 10 e o show começa às 19 horas. Pra você que está no Rio de Janeiro, aí está ótima opção para início de noite ou despretenciosa happy hour!
Fica a dica!

2010 - Apanhador Só


"Apanhador só" é prova viva do mal que Los Hermanos fizeram ao futebol brasileiro.
Melodias e acordes doces com letras de temáticas "profundas", "densas" e "existenciais" marcam este trabalho. Cá pra nós, em alguns momentos as músicas podem até ser legais, mas pra mim fica algo que não fecha muito bem. É aquela onda do "rockbomgarotonerd" versão 2010.
Pra não dizer que não fiz nenhum elogio, Maria Augusta é bacana! Ali melodia e letra encaixaram-se com interessante cadência.

01 - Um Rei e O Zé
02 - Pouco Importa
03 - Prédio
04 - Maria Augusta
05 - Peixeiro
06 - Bem-me-leve
07 - Nescafé
08 - O Porta-retrato
09 - Balão-de-vira-mundo
10 - Jesus, O Padeiro e O Coveiro
11 - Origames Over
12 - Vila do meio-dia
13 - E se não der

terça-feira, 22 de março de 2011

1966 - The Beatles - Revolver


Falar de Beatles é cair em um lugar comum, o que não é praxe deste surpreendente blog. E é justamente por isso que vinculá-los ao seu sétimo álbum seria uma boa pedida, pois foi justamente nesse que sedimentaram a guinada em sua trajetória, deixando um pouco o Pop para o contemporâneo.
Antes, com a influência de Dylan, lançaram o magnífico “Rubber Soul”, mas nele ainda estavam mais para o álbum “Help” do que para o que aqui se comenta. O cantor folk criticara Lennon (“suas letras não têm sentido”), e o inglês o apresentou a guitarra elétrica. Como conseqüência, aquele foi vaiado ao usar uma num festival de seu gênero, e esse compôs “Nowhere man”, primeira canção beatle que não fala de amor.
Sobre as pérolas do álbum, é bom lembrar que começa com “Taxman”, do George (já regravada por Steve Ray Vaughan), com contagem e tosse de estúdio na gravação, novidade à época. A cota do Harrison se complementa com “Love you to” e “I want to tell you”, uma mantém a linha indiana que o consagrou, a outra, um apelo Mowtown.
Não se deve também esquecer do Paul, que foi do quarteto de cordas (“Eleanor Rigby”) até o soul (“Got to Get You Into My Life”), entre outras. Caetano não se olvidou, regravou duas canções do álbum em seu “Qualquer Coisa” (“For no one”e “Eleonor..”), além de “Lady Madona”, todas de Macca.
Faço essa ressalvas em relação aos lapsos de memória porque, para mim, o foco é Lennon. Há de se destacar o experimentalismo do John, nos overdubs, nos efeitos, nos loops e nos solos tocados ao contrário (sustento a tese de que esse nome, Revolver, foi escolhido porque faz sentido se lido de trás para frente).
“I`m only sleeping”, “Tomorrow Never Knows”, “She said, she said”, “Dr. Robert”, "And Your Bird Can Sing" e “Rain” (não está no álbum, mas foi lançada mês antes como lado B do single com “Paperback Writer”) são canções que devem ser citadas em qualquer compêndio sério sobre rock`n`roll, é um bom mostruário aos que têm resistência aos Beatles, o que não é seu caso, xará!
Texto de Victor Athayde, autor dos seguintes blogs:
Vida sem açúcar
Direito Ambiental

01 - Taxman
02 - Eleanor Rigby
03 - I'm Only Sleeping
04 - Love You To
05 - Here, There and Everywhere
06 - Yellow Submarine
07 - She Said She Said
08 - Good Day Sunshine
09 - And Your Bird Can Sing
10 - For No One
11 - Doctor Robert
12 - I Want to Tell You
13 - Got to Get You into My Life
14 - Tomorrow Never Knows

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PS1: Victor, meu xará, valeu pela iniciativa de escrever pro blog, pela nova foto do perfil e ainda mais pelas palavras elogiosas! As portas estão sempre abertas para novas contribuições.
PS2: Concordo totalmente contigo que este disco é o que mais marca a transição dos Beatles, e também curto Rubber Soul, apesar dos resquícios de "rock bom garoto".

quarta-feira, 16 de março de 2011

Chovendo na Roseira

Um brinde à chuva que encerra o verão de 2011 e vem molhar nossas roseiras!

"Chuva boa criadeira
Que molha a terra
Que enche o rio
Que limpa o céu
Que trás o azul

Olha o jasmineiro está florido
E o riachinho de água esperta
Se lança em vasto rio de águas calmas"

Outro brinde a ontem, que choveu no futuro!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

1993 - U2 - Zooropa


Devo ter gosto exótico, pois aprecio muito mais Zooropa e Pop do que os aclamados discos que o U2 gravou nos anos 80. Nestes dois discos eles ousaram sair do já manjado formato pop rock e misturaram (com felicidade) elementos eletrônicos (sem aquela onda oitentista!).
O grande momento deste trabalho está na última faixa. "The Wanderer", com inspirada participação de Johnny Cash, conta a história de um homem que caminha em busca da redenção. Caminho esse que envolve memórias, dores e desejos. O backing vocal feito por Edge e Bono também merece especial atenção, lindo demais.
Algumas outras músicas também muito boas: "Stay (Faraway, So Close!)", "Zooropa" e "Babyface".

01 - Zooropa
02 - Babyface
03 - Numb
04 - Lemon
05 - Stay (Faraway, So Close!)
06 - Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car
07 - Some Days Are Better Than Others
08 - The First Time
09 - Dirty Day
10 - The Wanderer (part. Johnny Cash)

segunda-feira, 14 de março de 2011

1973 - Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon


O disco dispensa qualquer tipo de apresentação e não entrarei na história da sincronização entre este e o filme "O Mágico de Oz". Se quiser saber algo mais sobre tal história, visite o link.
Dia desses, por força do acaso (e também de meu desejo), reencontrei-me com duro fato de meu passado. Rever erros de uma década atrás foi no mínimo desconcertante. Junto disso, é estranho notar que depois de dez anos alguns medos continuam muito parecidos, mas é também gostoso perceber que tempo não apaga carinho nem afeto.
Esquisito pensar que muita coisa mudou e tanto mais há para ser feito. Tenho a impressão de que essa angustiante relação com o tempo é muito bem relatada na música Time.
Sentimentos agridoces nunca foram os meus preferidos, mas confesso que apesar de difícil, foi gostoso misturar dor, arrependimento e alegria!

01 - Speak to me
02 - Breathe
03 - On the run
04 - Time
05 - The great gig in the sky
06 - Money
07 - Us and them
08 - Any colour you like
09 - Brain damage
10 - Eclipse

BAIXE AQUI "THE DARK SIDE OF THE MOON"!!! (MegaUpload)

tempo

Dia desses, por força do acaso (e também de meu desejo), reencontrei-me com duro fato de meu passado. Rever erros de uma década atrás foi no mínimo desconcertante. Junto disso, é estranho notar que depois de dez anos alguns medos continuam muito parecidos, mas é também gostoso perceber que tempo não apaga carinho nem afeto.
Esquisito pensar que muita coisa mudou e tanto mais há para ser feito. Tenho a impressão de que essa angustiante relação com o tempo é muito bem relatada na música Time.
Sentimentos agridoces nunca foram os meus preferidos, mas confesso que apesar de difícil, foi gostoso misturar dor, arrependimento e alegria!

quarta-feira, 2 de março de 2011

1982 - Gilberto Gil - Um Banda Um


Os discos que Gilberto Gil gravou nos anos 80 são mesmo inexplicáveis. O excesso de instrumentos eletrônicos cansa, mas contraditoriamente, gosto dos arranjos.
Aqui Gil mete músicas numa seqüência (quem foi que disse que o trema acabou?) de felicidade ímpar. Primeiro vem "Andar com fé", depois "Drão" e então "Esotérico".

Seguem recortes dessas 3 faixas:

Andar com fé

"Andar com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá..."

Drão

"Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura..."

Esotérico

"Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí"

01 - Banda Um
02 - Afoxé é
03 - Metáfora
04 - Deixar você
05 - Pula, caminha
06 - Andar com fé
07 - Drão
08 - Esotérico
09 - Menina Do Sonho
10 - Ê Menina
11 - Nossa