Veja só como a vida é engraçada, hoje, segundo dia de blog, eu querendo achar uma música para postar aqui mas sem nenhuma paciência, abro minha caixa de email e recebo esta colaboração de um amigo (PS: ele nem sabe deste blog!)
Portanto, repasso o email!
"Essa morreu como na musica de Dorival Caymmy
Provavelmente todos voces ja ouviram a canção "Alfonsina y el mar".Alguns ja até cantaram diversas vezes por ser um ritmo conhecido, semsaber do que se tratava a musica, outros não sabem o nome, mas conhecemna voz de alguem(Maria Bethania, Mercedez Sosa, Simone, Joan Baez, ElisRegina). Eu tambem sempre achei comovente a letra, sem saber do que setratava.
Hoje fui descobrir que essa musica foi feita em homenagem a fenomenalpoetisa Alfonsina Storni. Tambem fui descobrir apenas hoje o motivo desua morte,e a imagem não me sai da cabeça...Uma imagem que eu tinhaquando ouvia Chico cantando "ninguem vai voltar do mar...nem vai melevar daqui..." triste, uma senhora olhando pro mar aberto, esperando o
regresso de alguem que ja se fora, morto. E é exatamente disso que falaa musica, finalmente ela fez sentido
Alfonsina perdeu seu filho, não aceitou o suicidio de seu melhor amigo(opoeta Horacio Quiroga) e um dia ela não hesitou.Deixou um poema testamento na mesa, caminhou rumo ao mar aberto e nadou,nadou, nadou, e nem pensou em voltar. Foi aparecer dias depois morta napraia de Perla, em Mar del Plata, onde hoje tem um busto em sua homenagem.
A musica:
Alfonsina e o mar
Pela branda areia que lambe o mar
tua pequena pegada não volta mais.
Um atalho somente de castigo e silêncio
chegou até a água profunda.
Um atalho somente de castigos mudos
chegou até a espuma.
Sabe deus que angustia te acompanhou;
Que antigas dores calou tua voz;
para dormir sussurrando no canto
das ondas marítimas!
A canção que cantam
no fundo escuro do mar,as ondas.
Vai,Alfonsina,com tua solidão:
que poemas novos fostes buscar?
Uma voz antiga de vento e de sal
te requebra na alma e a está levando.
E vás até lá como nos sonhos,
repousada,Alfonsina,vestida de mar.
Beija-me com fogo um pouco mais
Deixa-me que eu durma,ama,em paz.
E se chama ele,não diga que estou
Diga que Alfonsina não volta.
Poema de Alfonsina
Oh, mar, dá-me a tua cólera tremenda,
eu passei a vida a perdoar,
porque entenda, mar, eu me fui dando:
"Piedade, piedade para o que mais ofenda".
Olha para mim, aqui, pequena, miserável,
com toda a dor que me vence, com o sonho todos;
mar, dá-me, dá-me o inefável empenho
de tornar-me soberba, inacessível.
Que voe o meu empenho, que voe a minha esperança...
A minha vida deve ter sido horrível,
deve ter sido uma artéria incontível
e é apenas cicatriz que sempre dói.
Para que esqueças... obrigado.
Ah, um encargo:
Se ele chama novamente por telefone
Diz-lhe que não insista, que fui...
"
um link com a música:
http://www.youtube.com/watch?v=Id6jbE9yefo
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
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3 comentários:
Adorei o site, bem feito e bem escrito. Vou retornar o favor e linca-lo ao Bossa Blog. Congrats fellow blogger!!!
Z. from Krakatoa.
hola !
muy bueno tu blog! cuánta música linda para conocer!
Agrego a tu comentario una versión de esta maravillosa canción que hace el cantautor español Pedro Guerra. Una joya!
Un abrazo desde Montevideo
Esta história está um pouco mal contada. Alfonsina foi mãe solteira num altura em que isso era um grande escãndalo e motive de rejeição social. Lutou com grandes dificuldades mas a causa da sua morte não foi a morte do filho, foi o facto de ter contraído cancer da mama, numa altura em que esse mal era incurável. Quando ela já não podia mais suportar as dores, quis morrer só sem incomodar mais ninguém, e muito emnos o filho.
Era para o filho o telefonema que ela não queria atender, a que o poema faz referência.
Muito importante também; a musica é de Ariel Ramirez, o celebrado autor da "Misa Criolla" e o poema é de um jornalista que era também um grande poeta: Felix de Luna. Ambos formaram uma parceria de grande sucesso e qualidade. A mais importante obra de ambos foi "Navidad Nuestra" uma série de maravilhosas canções de Natal que os dois autores elaboraram à pressa, para completar o disco LP que a Philips iria editar com a Misa Criolla, por alturas do natal de 1965, fez no passado natal 50 anos, um LP que teve sucesso mundial. O próprio Felix de Luna considerava milagrosa essa noite em que depois de sair do jornal, já cansado, recebeu um telefonema de Ariel Ramirez para ir urgentemente a sua casa e entre as 2 e as 6 da manhã, compuseram uma série de obras-primas.
M. Lameira
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