quarta-feira, 8 de junho de 2011

2010 - Thiago Pethit - Berlim, Texas


Thiago Pethit é músico com raízes no teatro. Filho de atores, o palco sempre fez parte de seu contexto artístico e isso fica evidente no trabalho. "Berlim, Texas" é disco repleto de imagens musicais que nos remetem para locais diversos. Por vezes, a sensação é de que somos platéia de algum picadeiro de circo, em outros momentos fica a impressão de estarmos bebendo drink em algum whisky bar texano ou cabaré de Berlim nos anos 20.
Me parece que Thiago quis levarmo-nos para passeio pelas mais diversas paisagens sempre tendo como pano de fundo denso arcabouço melancólico. Não importa por onde passamos com ele, fica sempre sensação de falta e desejo de que a figura amada magicamente apareça em algum momento ou lugar inesperado. Estaria ele dizendo que não importa de onde somos ou viemos, a dor é a mesma? Ou estaria ele convidando-nos a juntos percorrer caminhos de procura à sua amada?
Se nas letras Thiago talvez peque ao exagerar na sensação de incompletude e abandono, os arranjos, por outro lado, são felizes acertos. Piano ditando ritmo e cadência em faixas como "Mapa-Múndi", "Don't Go Away" e "Voix de Ville". Em meio à profunda desolação de "Fuga n°1", quando Thiago diz que faz as malas e some, sempre com o desejo de ser reencontrado por seu amor, entra acordeon que logo à primeira nota, com cortante timbre, explicita dor que as vezes com palavras não conseguimos.
"Nightwalker" é o típico ritmo folk em que Thiago faz interessante intro com palmas, mas a onda indie lembra-me sábia definição de grande amigo: "quanto mais diferente tentam parecer, mais iguais ficam" e ao ouvir referida faixa, não sei se quem toca é Feist, Cat Power, Arctic Monkeys, Strokes ou alguma outra dessas bandas alternativóides.

01 - Não Se Vá
02 - Mapa-Múndi
03 - Forasteiro
04 - Sweet Funny Melody
05 - Voix De Ville
06 - Fuga N°1
07 - Outra Canção Tristonha
08 - Birdhouse
09 - Nightwalker
10 - White Hat
11 - Don´t Go Away

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