01 - Paratodos
02 - Choro Bandido
03 - Tempo e Artista
04 - De Volta ao Samba
05 - Sobre Todas as Coisas
06 - Outra Noite
07 - Biscate (com Gal Costa)
08 - Romance
09 - Futuros Amantes
10 - Piano na Mangueira (com Tom Jobim)
11 - Pivete
12 - A Foto da Capa
3 comentários:
Em 1994, eu escrevi este poema para o cinquentenário do maior compositor da música popular brasileira. Eu contava 23 primaveras e o poema foi publicado no jornal "O Contraditório" da Fadivale, faculdade de direito que eu abandonei de fato faltando um ano para ser bacharel. Logo a seguir ingressei no curso de Comunicação Social ( para fazer jornalismo & publicidade), mas para meu antimarketing, também não concluí graduação. Vamos ao poema então, que um poeta precisa ter mãos pálidas para não morrer de fome:
REBUARQUE
Ninguém sabe ser Chico Buarque
Porque para ser Chico Buarque
É preciso saber não ser.
Nem mesmo Buarque é.
Buarque é mulher? Não é.
Buarque é Noel? Não é.
Buarque é carioca? Não é.
Buarque é PARATODOS? Não é.
Buarque é tudo ainda mais,
Toda poesia que se for capaz.
Buarque é paralelo de um deus
Que um dia quis ser dois.
Buarque é rima que se ri
Admirada da própria graça.
Buarque é música pra alma,
Quando a alma é visitada.
Buarque é melhor não perguntar
Se é de carne e osso e vai virar pó.
Sua composição (tudo o que ele compõe)
É matéria para outra transformação.
Sua construção (tudo o que ele constrói)
É espécie de outra inspiração.
Buarque é cedo para afirmar
Mas no fim do mundo ele vai estar lá
Com seus mesmos olhos azuis,
E outro mundo vai recomeçar.
Com seus versos sendo a manhã,
Uma manhã eterna para durar.
Buarque nunca vai passar
Buarque nunca vai
Buarque nunca
Buarque ou
Rebuar
Que.
(Pedro Ramúcio)
*
Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.
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