segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

1993 - Chico Buarque - Paratodos


01 - Paratodos
02 - Choro Bandido
03 - Tempo e Artista
04 - De Volta ao Samba
05 - Sobre Todas as Coisas
06 - Outra Noite
07 - Biscate (com Gal Costa)
08 - Romance
09 - Futuros Amantes
10 - Piano na Mangueira (com Tom Jobim)
11 - Pivete
12 - A Foto da Capa

3 comentários:

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Em 1994, eu escrevi este poema para o cinquentenário do maior compositor da música popular brasileira. Eu contava 23 primaveras e o poema foi publicado no jornal "O Contraditório" da Fadivale, faculdade de direito que eu abandonei de fato faltando um ano para ser bacharel. Logo a seguir ingressei no curso de Comunicação Social ( para fazer jornalismo & publicidade), mas para meu antimarketing, também não concluí graduação. Vamos ao poema então, que um poeta precisa ter mãos pálidas para não morrer de fome:

REBUARQUE

Ninguém sabe ser Chico Buarque
Porque para ser Chico Buarque
É preciso saber não ser.
Nem mesmo Buarque é.

Buarque é mulher? Não é.
Buarque é Noel? Não é.
Buarque é carioca? Não é.
Buarque é PARATODOS? Não é.
Buarque é tudo ainda mais,
Toda poesia que se for capaz.

Buarque é paralelo de um deus
Que um dia quis ser dois.
Buarque é rima que se ri
Admirada da própria graça.
Buarque é música pra alma,
Quando a alma é visitada.

Buarque é melhor não perguntar
Se é de carne e osso e vai virar pó.
Sua composição (tudo o que ele compõe)
É matéria para outra transformação.
Sua construção (tudo o que ele constrói)
É espécie de outra inspiração.

Buarque é cedo para afirmar
Mas no fim do mundo ele vai estar lá
Com seus mesmos olhos azuis,
E outro mundo vai recomeçar.
Com seus versos sendo a manhã,
Uma manhã eterna para durar.

Buarque nunca vai passar
Buarque nunca vai
Buarque nunca
Buarque ou
Rebuar
Que.

(Pedro Ramúcio)

*

Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.