A espera por Back to Black envolvia um misto de ceticismo, curiosidade e torcida para que Amy fizesse por merecer inúmeras críticas positivas. A primeira audição foi impactante e repeat no iPod foi a tônica do primeiro semestre de 2007. Nessa época, pela primeira vez ouvi certa frase: "Vitor, as vezes você me assusta. Coloca uma coisa na cabeça e não tira!". Ouvir aquele disco era uma constante e a cada momento algo novo chamava minha atenção. Dentro das inúmeras belezas do disco, destaco três pontos: a bateria com pegada de marcha militar e a firmeza com que ela apoiaria seu homem numa guerra pagã (Some Unholy War), deixa no ar rara paixão; o duro (e belo) suingue com tom taciturno típico do lamento da música negra da faixa Back to Black; o tão falado conteúdo autobiográfico em que ela expõe fragilidades, vícios, fraquezas, amores, desilusões etc.
Revirando meu blog, encontrei breve texto descontraído (do final de 2007) em que eu desejava que Amy ao menos gravasse mais alguns discos antes da morte anunciada. Ano passado, durante sua temporada no Caribe, torci profundamente que Jah, o reggae e toda aquela vibração positiva envolta em luz verde salvassem a vida desta inesquecível cantora. Quando ouço o interessante ska Hey Little Rich Girl, vejo que ela realmente tinha alma negra e prova sua capacidade de transitar bem por diferentes estilos. Fico sonhando com Amy gordinha, tranqüila, livre das drogas pesadas e cheia de dreadlocks, num disco que ela não gravou, mas que seria jóia rara: Amy Winehouse meets Reggae Music.
Amy, porque você não caiu no reggae?
Rest In Peace